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A esquerda monarquista

Há algum tempo vem surgindo uma vertente no movimento monarquista de ideais esquerdistas, eles são representados hoje, no Facebook, pela página Esquerda Monarquista.

Eles defendem que a monarquia é um sistema plural, aberto para várias correntes ideológicas (como eu sempre digo), faz parte de seu discurso, também, de que como a monarquia é apolítica e suprapartidária, como a Casa Imperial sempre diz, não faz sentido vincular o nosso movimento como de direita ou de qualquer outra ideologia. Segue abaixo seu manifesto ''Alargar nosso espectro'':

''É possível ser de esquerda e monarquista? As próprias noções de esquerda, como de direita, são compatíveis com o movimento monarquista? Na teoria provavelmente não. Não está claro, com efeito, como e porque uma corrente de pensamento que visa justamente ultrapassar essas noções partidárias iria se prender a um qualificativo que, longe de ser unitário, é fator de divisões e de lutas políticas e sociais.

E no entanto esses qualificativos partidários existem de fato. É mesmo essencialmente através deles que nossos contemporâneos - e cerca de 60% dos monarquistas [franceses] - se determinam politicamente. Além disso, nós não somos numerosos para confundir a Monarquia tal qual gostaríamos que ela fosse com a ação política tal como é, aqui e agora?

Não somos a Monarquia, somos, melhor, os atores de uma intervenção pública que se chama monarquismo. Não confundamos a obra com a ferramenta. É por esta razão que não nos parece incongruente pôr a questão, especialmente porque ela encontra ou encontrou exemplos em numerosos países e em movimentos inesperados, começando pelo legitimismo da metade do século XIX.



Que a Monarquia seja o poder de um só, mesmo e sobretudo em seus Conselhos, é um ponto pacífico. Mas o monarquismo, ele, é plural. E é bom que seja assim, depois que se reflete. Nem na França nem em outro lugar se pode ter o direito de deter sozinho a verdade no domínio da ação monarquista.

Temos escrito frequentemente, dito e repetido, nossa comunidade SYLM [sigla em inglês para Support Your Local Monarch] é aberta e considera que a diversidade doutrinária, a adição de diferentes sensibilidades é uma riqueza para o monarquismo. A unidade ideológica através de um catecismo bem circunscrito, tal qual é às vezes exigido por certos abadezinhos da causa, seria intelectualmente pauperizante e paralisante sobre o plano da ação.

É o que nós quisemos mostrar através deste número de La Toile [revista monarquista francesa trimestral]. A ideia monarquista pertence a todos; cada qual é portanto livre para identificar-se com os adjetivos partidários que lhe convier. Afinal, os Evangelhos não nos dizem: "Existem muitas moradas na casa do meu Pai"? Por que o que é válido para o Reino celeste não seria para a Monarquia terrestre...?
Sylvain Roussillon, Secretário Geral da Conferência Monarquista Internacional. La Toile 9 - Nova Série - Inverno de 2010/2011.''

Em minha opinião, nem só pode quanto deve existir a esquerda dentro de nosso movimento, nossos ideais são para todos, eles se desvirtuam de algumas vertentes da esquerda (socialismo e comunismo), mas essas divergências existem em todos os espectros ideológicos, no liberalismo, por exemplo, o anarcocapitalismo não é compatível com os ideais monarquistas, porém o minarquismo e o liberalismo clássico sim.

Se a esquerda tem algo para acrescentar ao nosso movimento, devemos acolhê-los como fazemos com qualquer outro, afinal a monarquia vai além de espectro políticos e ideologias econômicas e sociais.

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